Antes de cair o pano sobre a temporada 21/22, importa puxar a fita atrás! Vamos recordar a história e as emoções que enriqueceram os últimos sete meses, e escutar o balanço desta aventura, que começou há quase um ano, quando o professor Manuel Povea foi anunciado enquanto coach da nossa Oliveirense. Algumas semanas depois, o coach João Figueiredo assumiu o cargo de adjunto, e Rafael Vaz a pasta da preparação física.
O grupo de trabalho foi reforçado pelos atletas Ricardo Monteiro, Shaquille Thomas, Jarred Shaw, Pedro Catarino, Max Curran, Zane Waterman e Derrick Colter. Em simultâneo, as renovações de Renato Azevedo, Rui França, Francisco Albergaria, João Guerreiro, João Grosso e de João Balseiro asseguraram a transmissão da mística no balneário. As aprendizagens dos treinos foram aplicadas na Azeméis Basketball Cup, competição promovida durante a pré-época. Contudo, algumas lesões nas semanas seguintes obrigaram a reestruturar a equipa. Por isso, Feliciano Neto regressou e Jahvaughn Powell foi novidade.
A Liga Betclic foi estreada em Coimbra, onde vencemos a Académica (81-97). O regresso ao nosso Pavilhão Dr. Salvador Machado aconteceu a 9 de outubro e foi brindado com novo triunfo, desta vez ante o CD Póvoa (88-67). Depois de algumas partidas, ora de aprendizagem, ora de emoção, chegou à nossa Oliveirense um elemento preponderante: Shaun Willett. Numa fase em que Shaquille Thomas já havia saído, o poste norte-americano Carlos Dotson foi também adicionado ao grupo.
Vários fatores incomodaram o progresso da nossa Oliveirense, como as lesões e os casos Covid-19, que consecutivamente adiaram desafios. Não obstante, a nossa equipa prosseguiu na Taça de Portugal, depois de derrotar o Galitos do Barreiro (93-67). Por outro lado, face à elevada exigência no nosso clube, as cinco derrotas sofridas numa fase precoce do campeonato (SL Benfica [F], SC Lusitânia [F], Sporting CP [C], Académica Coimbra [C], CD Póvoa [F]) ditaram a saída do coach Manuel Povea. Doravante, o balneário seria liderado pelo coach João Figueiredo. Este virar de página coincidiu com a transição para 2022.
Ainda que o novo ano tenha sido inaugurado com um amargo de boca, os nossos adeptos tiveram, dias depois, motivos para celebrar. O triunfo caseiro frente à AD Ovarense (89-66), garantiu à nossa União o bilhete para a final-four da Taça Hugo dos Santos. Estava cumprido um dos objetivos da época.
Depois das vitórias em Ílhavo e na receção ao SC Lusitânia, a nossa Oliveirense viajou até Sines, cidade no distrito de Setúbal que acolhe a fase final da Taça da Liga. Nas meias-finais da prova, já sem o contributo de Jahvaughn Powell, a boa réplica apresentada perante o SL Benfica (91-97) não foi suficiente para alcançar o jogo do título. Ainda assim, a exibição dos nossos atletas alimentou expectativas para o futuro.
Foi igualado o registo na Taça Hugo dos Santos das épocas 2017/18, 2016/17, 2015/16 e 2014/15.
O regresso ao campeonato foi positivo, graças ao triunfo em casa perante o Imortal BC, e na visita à AD Ovarense. Dias depois, a FPB oficializou alterações no calendário competitivo e no formato da Taça de Portugal e da Liga Betclic. Na base das medidas estiveram os diversos jogos em atraso, os casos Covid-19 nos clubes, as interrupções para compromissos de seleções e as prestações de SL Benfica e Sporting CP na FIBA Europe Cup.
A pausa decorrida entre fevereiro e março foi aproveitada para alguns compromissos amigáveis na Paredes Basket Cup. Em simultâneo, foi promovida uma substituição de postes no grupo: Carlos Dotson por Raven Barber.
O término da 1ª fase da Liga Betclic não decorreu como desejado, consequência dos desaires nos redutos de SL Benfica, CAB Madeira e FC Porto. A nossa União ocupava a 4ª posição da tabela, e por isso estava qualificada para o grupo principal da 2ª fase do campeonato. Ademais, estava garantida a estreia caseira nos play-offs.
No fim deste ciclo, 22 desafios depois, a nossa equipa registava média de 80 pontos marcados, 38 ressaltos e 14 assistências. No capítulo dos ressaltos, éramos a segunda melhor média, apenas superiorizada pelo Sporting (40). Importava destacar o nosso atleta Shaun Willett, o segundo do campeonato com maior valorização média (21.4); o terceiro com melhor média de pontos (18); o líder no capítulo de média de ressaltos (10). Por sua vez, o nosso extremo João Guerreiro ocupava o segundo lugar de percentagem na linha de três pontos (50%).
Seguiram-se seis desafios de calibre elevado, frente ao FC Porto, SL Benfica e Sporting CP. Foi na receção aos leões, aquando o regresso ao nosso Pavilhão Dr. Salvador Machado, mais de dois meses depois, que a nossa Oliveirense voltou a saborear um triunfo (69-66). O regresso dos nossos adeptos às bancadas, livres de restrições de lotação, foi um elemento importante.
A nossa União encerrou a 2ª fase da Liga Betclic no quarto posto da tabela, pelo que tinha encontro marcado com o CAB Madeira para os 1/4 final do campeonato.
Antes do espetáculo dos play-offs, havia a fase final da Taça de Portugal, em Albufeira. O nosso grupo, todo apto, atingia tal momento alto com as seguintes médias: 78 pontos marcados; 37 ressaltos; 15 assistências; 8 roubos de bola. No quadro estatístico individual do campeonato, o nosso Shaun Willett mantinha as médias e o destaque. Por sua vez, o nosso extremo João Guerreiro era o terceiro melhor na linha de três pontos (44% de acerto).
Nos 1/4 final da Prova Rainha medimos forças com o FC Porto. Apesar do entusiasmo e da expectativa, o resultado ficou longe de espelhar a preparação da nossa equipa (87-60). Perfilamos entre os oito melhores da Taça de Portugal, e igualamos o registo da época 2016/17. É o único troféu em falta à direção encabeçada por Hélder Albergaria.
Chegara a hora de disputar os play-offs da Liga Betclic. O calendário era frenético, pois o tempo de descanso e de preparação seria escasso. Por isso, o espírito de sacrifício e superação, aliado à concentração, seriam fulcrais. A eliminatória foi decidida à melhor de três jogos.
No primeiro duelo, e com a nossa casa bem composta, vencemos o CAB Madeira (82-72). Dias depois, no arquipélago, o desequilíbrio inicial impediu a nossa equipa de evitar um jogo adicional (82-72). A partida de desempate teve lugar no nosso Pavilhão Dr. Salvador Machado, de novo animado pelos nossos adeptos. O desfecho foi festivo, pois a nossa União seguiu para as meias-finais (77-71). Nesse encontro decisivo, o nosso atleta Zane Waterman (25pts / 9res / 1as) esteve em destaque.
O SL Benfica foi o adversário nas meias-finais da Liga Betclic. Em Lisboa, os primeiros encontros terminaram de forma amarga, consequência dos terceiros quartos decisivos (89-72 / 93-80). Em nova eliminatória disputada à melhor de três jogos, a nossa Oliveirense estava obrigada a vencer no regresso a casa.
A missão era árdua, mas os nossos atletas contavam com a força dos nossos adeptos, que pintaram as bancadas de União para o duelo decisivo. Apesar da entrega e do suor, o terceiro quarto voltou a ser determinante para o desfecho, e consequente passagem do adversário à final (60-75). O rescaldo imediato surgiu pela voz do nosso capitão Renato Azevedo.
A meta de regressar à disputa pelo máximo título nacional, três anos depois, ficou por cumprir. Ainda assim, perfilamos entre os quatro melhores do basquetebol português, um aspeto melhorado relativamente à época passada, e coincidente com as temporadas 2015/16 e 2016/17. Curiosamente, todos esses ciclos tiveram o SL Benfica enquanto último adversário.
Ao fim de 36 partidas, o quadro estatístico da nossa equipa anota as seguintes médias: 73 pontos; 37 ressaltos; 15 assistências; 7 roubos de bola.
Atleta / PTS / RES / AST | Jogos:
Shaun Willett / 18 / 10 / 3 | 28 jogos
Feliciano Neto / 3 / 3 / 0 | 20 jogos
Derrick Colter / 10 / 2 / 5 | 35 jogos
Ricardo Monteiro / 8 / 5 / 1 | 34 jogos
João Grosso / 4 / 3 / 1 | 36 jogos
João Guerreiro / 6 / 3 / 0 | 36 jogos
Renato Azevedo / 2 / 1 / 0 | 21 jogos
Rui França / 0 / 0 / 0 | 5 jogos
Zane Waterman / 14 / 7 / 1 | 34 jogos
Pedro Catarino / 3 / 2 / 2 | 28 jogos
João Balseiro / 6 / 2 / 1 | 32 jogos
Raven Barber / 8 / 4 / 1 | 17 jogos
Francisco Albergaria / 3 / 1 / 3 | 25 jogos
Desta caminhada fizeram também parte Jahvaughn Powell (8 / 2 / 3 | 13 jogos); Carlos Dotson (9 / 5 / 0 | 9 jogos); Shaquille Thomas (10 / 4 / 1 | 5 jogos).
O trabalho do departamento de fisioterapia e de psicologia da nossa Oliveirense foi crucial para o desempenho dos nossos atletas. Por isso, importa salientar o trabalho de, nomeadamente, Pedro Serrano e Mariana Gaspar.
O balanço da temporada foi realizado pelo vice-presidente da Oliveirense, Hélder Albergaria, assim como pelo nosso coach João Figueiredo. O dirigente da nossa União salientou as dificuldades superadas ao longo dos nove meses de trabalho, de foro clínico e competitivo. Hélder Albergaria explicou o processo de sucessão na liderança do balneário, mas também comentou a alteração no formato da Liga e das taças. O nosso vice-presidente guardou alguns minutos para enaltecer os nossos adeptos. Por fim, explicou os motivos que provocaram a saída do nosso capitão Renato Azevedo.
Por sua vez, o nosso timoneiro, João Figueiredo avaliou o progresso efetuado pela nossa equipa à luz das estratégias definidas no arranque da época. A sucessão ao professor Manuel Povea foi um dos tópicos da conversa com o técnico da nossa Oliveirense. De olhos no futuro, o nosso coach deixou mensagens para os nossos adeptos e votos quanto ao próximo capítulo na história da nossa União.
Obrigado aos nossos adeptos pelo apoio, em parte da época limitado devido à situação pandémica. Ainda assim, e porque o entusiasmo nunca esmoreceu, foram, jogo após jogo, uma lição sobre honrar o escudo, quase centenário, que levamos ao peito. Em União pintamos o espetáculo de tons vermelhos e azuis. Esta foi a história da secção de basquetebol da União Desportiva Oliveirense na temporada 21/22, e é com orgulho que a relatamos e a assumimos. Os nossos adeptos são a base do nosso esforço quotidiano, e a eles dedicamos cada triunfo.
Na certeza de que o futuro está assente nesta apaixonante sinergia há duas palavras que resumem tudo o que sentimos: Somos União!